10 de junho de 2011


Ulisses ouvira de testa franzida. E depois dissera:
- E então você não quis mais nada disso. E parou com a possibilidade de dor, o que nunca se faz impunemente. Apenas parou e nada encontrou além disso. Eu não digo que eu tenha muito, mas tenho ainda a procura intensa e uma esperança violenta. Não esta sua voz baixa e doce. E eu não choro, se for preciso um dia eu grito, Lóri. Estou em plena luta e muito mais perto do que se chama de pobre vitória humana do que você, mas é vitória. Eu já poderia ter você com o meu corpo e minha alma. esperarei nem que sejam anos que você também tenha corpo-alma para amar. Nós ainda somos moços, podemos perder algum tempo sem perder a vida inteira. Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado ao lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmo, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer ''pelo menos não fui tolo'' e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia. Mas eu escapei disso, Lóri, escapei com a ferocidade com que escapa da peste, Lóri, e esperarei até você também estar mais pronta.
Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso.

29 de março de 2011

Sentimentos ~.

Poder fechar os olhos e lembrar de pessoas que passaram em minha vida, e que por algum motivo me fizeram feliz.
Não quero abrir os olhos e ver toda essa realidade de agora. Tudo mudou em alguns instantes. O mundo girou ao contrário, e está quase virando de cabeça par baixo.
Escrever sobre sentimentos não é mais possível.
Aquele beijo ficou marcado. Eternamente. Foi tão real.
No sonho você me pertencia e eu pertencia a você. Eramos dois, quase um.
Sentimento do que mesmo? Não consigo me recordar...

Me faz bem sem saber. Sem sequer precisar saber.
Me faz falta sem saber. Sem sequer saber.
Eu me contento com as recordações... Tantas quantas necessárias. Muitas.
Fico feliz por poder te ver sorrir, de longe. Fico feliz por poder te ver, de longe. Fico feliz em saber que é verdadeiro enquanto durar.
No começo disse que não haveria sentimento. Sobra tantos sentimos, falta espaço para sentimentos. Sentimentos à prova, numa simples mesa. Num simples sonho.
Você me pertenceu. Eu te pertenci.
Eu me esqueci.
Como se recordar novamente?

12 de março de 2011

De arrogante não tinha nada.
Um abraço que seria capaz de mudar o mundo, a sinceridade era percebida pelos olhos. Aqueles olhos penetrantes, indefesos.
Frágil e forte.
Até hoje se sente o perfume e o gosto.
Como eu queria que você estivesse aqui.